Não consegue guardar dinheiro? Veja 12 dicas para virar investidor em 2015

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Fabio Gallo, professor da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV/EAESP), explica que um investimento que dê o retorno esperado depende da equação de duas variáveis: prazo disponível para aquele investimento e importância daquele dinheiro para realizar o investimento.

Os investimentos em aposentadoria (planos PGBL e VGBL) são um bom exemplo, pois têm um prazo longo e uma grande importância na vida futura do poupador, pois sua renda (ou complemento da aposentadoria) dependerá dele. “Ou seja, a importância desse investimento é vital, mas o prazo para aplicá-lo é longo. Você precisa pensar que quanto maior o prazo e maior a importância, menos risco pode correr.” Gallo ensina que o contrário é verdadeiro.

Apenas quem investe um dinheiro do qual não precisa para levar a vida, pode correr um risco maior, na tentativa de ampliar os ganhos. “Nesse caso, vale aplicar na bolsa, mas o risco é alto, depende de variáveis que a pessoa física conhece pouco. É preciso começar aos poucos, não aplicar tudo de uma única vez, de preferência tendo orientação profissional.”

Veja investimentos que mais renderam em 2014

De janeiro a novembro

FGV e XP Investimentos

O professor indica a velha poupança para quem precisa ter liquidez. “A pessoa que coloca o dinheiro na poupança não vai ficar rica investindo o mesmo montante na bolsa e pode ter muitos dissabores se fizer isso. Esse investimento tem retorno baixo, mas seguro. Neste ano está pouco acima de 7%, mas já é um ponto acima da inflação. A bolsa nem a isso chegou”, pondera.

Para Livia Mansur, estrategista da XP investimentos, as melhores escolhas deste ano na renda fixa foram as LCIs e LCAs, que são títulos do setor imobiliário e agrícola, respectivamente.

“Elas deram ao investidor a melhor relação risco-retorno e têm vantagens, como não incidência de imposto de renda e a cobertura pelo Fundo Garantidor de Crédito. Além disso, cresceram com alta dos juros, da Selic. A rentabilidade ficou em torno de pouco menos de 1% ao mês [0,8% e 0,9%].”

A LCI e LCA ficaram tão na berlinda que a indústria de fundos tem reclamado dos ganhos desses investimentos e há rumores de que o mercado pressiona o governo para começar a cobrar IR nelas. “Qualquer mudança nesse sentido, quem tem LCA e LCI, deve rever o investimento”, ressalta Livia.

Outro investimento recomendado pela estrategista são as debêntures incentivadas. São títulos de dívidas que as empresas comercializam para se capitalizar no mercado e não ter de pegar dinheiro para financiar suas atividades no setor bancário, que cobra alto. Foram criadas em 2011 pelo governo para incentivar empresas que farão grandes obras de infraestrutura no País. Atualmente, existem quase 100 companhias com projetos aprovadas à espera de emissão. Também não pagam IR. “Tem aumentado a procura e o ganho é praticamente líquido”, destaca a estrategista.

O ouro também teve uma boa performance, mas Gallo, da FGV, destaca: “Investir em ouro é só para quem já tem investimentos diversificados, pois falta liquidez por ser de difícil comercialização. Mas é possível investir na BMF&Bovespa e em fundo cambial. Se o investidor for bem orientado, pode ganhar.”

O acadêmico e a estrategista ressaltam que o cenário para 2015 deve ser visto com possibilidades de mudanças, seja internas – puxadas pela nova equipe econômica brasileira – e externas (que mexem com todo o mercado financeiro global). “Vale a máxima de nunca investir tudo em uma única opção. Não colocar todos os ovos em uma única cesta”, diz Livia.

Para a educadora financeira e coach Ana Paula Hornos é preciso ser paciente, tanto para guardar como para investir. “A paciência é o fiel da balança entre estar endividado ou ter economias. Se você sabe esperar, guarda para gastar no futuro em seu objetivo. Se não tem paciência, antecipa a compra e se endivida. Vale o mesmo para os investimentos. O investidor paciente obtém os melhores retornos”, ensina.

Como investir

Veja as dicas e cuidados apontados pela educadora financeira e coach Ana Paula Hornos antes de fazer um investimento.

1) Tenha clareza de seus objetivos pessoais, familiares e profissionais e estabeleça metas ao longo do tempo para saber quanto e quando precisará do dinheiro.

2) Estabeleça três os parâmetros para análise antes de realizar o investimento: rentabilidade (que vai depender também do montante a ser investido), liquidez (prazo e disponibilidade de ter o dinheiro no momento necessário) e risco. “Quando se tem clareza dos objetivos e o prazo que se quer alcançá-los, é possível encontrar o investimento mais adequado à necessidade”, diz Ana Paula.

3) Enumere perfis de risco e prazos distintos para investimentos de longo prazo, como fundo de emergência, realização de sonhos, construção de patrimônio e aposentadoria;

4) Atente para a questão tributária. Para cada tipo de investimento existe uma carga tributária diferente, que faz toda a diferença na rentabilidade. Existem tabelas progressivas, que vão reduzindo impostos ao longo do tempo e por isso também é importante planejar o prazo em que o investidor pode deixar o recurso aplicado.

5) Além do perfil do investidor, da fase de vida em que se encontra, analise também o momento do mercado para decidir em que lugar aplicar. Estude e se informe sobre as tendências de subida ou queda dos juros, volatilidade de bolsa e câmbio, entre outras.

6) Estude, peça conselhos, se informe. Não tome decisões precipitadas e sem informações. Leia os prospectos e contratos antes de investir. Conheça os riscos, os impostos, os prazos e condições da operação.

7) Invista em você e em sua carreira ou empresa. Os investimentos feitos em educação e preparação pessoal e profissional costumam trazer retornos muito superiores ao juros de mercado. Um jovem que investe em uma faculdade, curso de pós ou curso técnico, terá um potencial de aumentar seu ganho salarial muito maior do que se deixasse o dinheiro equivalente ao curso aplicado.

8) Diversifique os investimentos, mas não pulverize demais o capital.

9) Cuidado para não enxergar seus investimentos como se fossem um jogo de cassino. Há muito estudo e análise por trás dos preços das ações. Procure investir em mercados que você conheça. Estude, busque orientações. Prefira aplicar em Fundos de investimentos a investir direto em ações por terem pessoas altamente capacitadas trabalhando e estudando mercados e por terem diversificação. E, principalmente, veja estes investimentos no longo prazo. Empresas a serem investidas crescem, progridem e trazem retorno com o tempo. Se não passa a ser especulação.

10) Ao investir em ações informe-se sobre os papéis que distribuem dividendos (lucros).

11) Cuidado nos controles e acompanhamentos – para não estar aplicado em uma ponta e endividado em outra.

12) Faça seguros.

Fonte: IG