Consumidor usa lei para dispensar couvert

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Nesta segunda-feira (07) completam dois anos que nenhum garçom no Estado de São Paulo pode empurrar o couvert para o cliente sem antes perguntar se ele aceita. Fiscalizada pelo próprio consumidor, a lei pegou. Na última semana, a reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo” ouviu dez proprietários ou responsáveis por restaurantes paulistanos. Eles dizem que, após a lei, cerca de 20% dos clientes recusam o couvert.

“Mudou o hábito do consumo: tem menos gente pedindo couvert e mais gente questionando as regras”, comenta Leonardo Recalde, um dos proprietários do restaurante Cosí. “A diminuição do consumo de couvert, porém, não reflete em queda do faturamento. Ao deixar de consumi-lo, a pessoa acaba pedindo mais pratos”, avalia a proprietária do restaurante Quattrino, Mary Nigri.

O que mais mudou, dizem os empresários, foi o comportamento do consumidor. Mais consciente, mais reclamão e, em alguns casos, até um pouco desonesto. “No início foi difícil. Havia muita gente metida a fiscal, achando que tudo estava errado”, afirma Fábio Lellis, proprietário da cantina Lellis Tratoria. “Já escutei casos de fregueses que pedem o couvert e, na hora de pagar, argumentam que não pediram e aí fica por isso mesmo. Felizmente não é o caso da minha clientela.”

Para o presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Joaquim Saraiva de Almeida, as empresas precisam rever o que estão servindo nos couverts para aumentar seu consumo. “Acho que dá para chegar a apenas 5% de negativas, se os restaurantes melhorarem a relação custo-benefício.”

 

MIMO

 

Na contramão, algumas casas oferecem o couvert de graça, como um mimo aos clientes. É o caso do Eat, misto de empório com restaurante, inaugurado em 2012. “A lei existia, mas já tinha a ideia na cabeça. O couvert tem um custo baixo ao restaurante e funciona como uma gentileza ao cliente, enquanto espera pela refeição”, diz o chef Manuel Coelho. “É uma delicadeza, assim como a garrafa de água que levamos à mesa, sem custo ao cliente.”

 

FONTE: Estadão