O melhor momento para começar a planejar a aposentadoria é quando ainda se é jovem e há bastante tempo para fazer um bom pé de meia. Quem quiser se aposentar cedo, e sem depender do sistema público, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pode organizar as próprias economias para isso.
O educador financeiro Reinaldo Domingos, que defende o planejamento como forma de realizar sonhos, afirma que é possível ter uma aposentadoria confortável por meio de investimentos na poupança, compra de títulos do governo ou da previdência privada.
A pedido do G1, o especialista fez os cálculos mostrando quanto uma pessoa hoje com 25 anos precisa investir ao mês para se aposentar em 25 e 30 anos. Os investimentos mensais são a partir de R$ 35 – neste caso, a pessoa se aposenta aos 55 anos com uma renda de R$ 873, investindo no Tesouro Direto (com rendimento estimado de 0,9% ao mês). Em outro exemplo, é possível guardar R$ 170 todo mês na poupança (com rendimento médio estimado de 0,5% ao mês), por 30 anos, e se aposentar com R$ 2 mil.
O valor aplicado ao mês, contudo, varia de acordo com quanto a pessoa pode separar, quanto tempo vai guardar e o quanto pretende ter de renda mensal lá na frente.
Para os cálculos, o especialista considera um investimento acumulado ao final dos 30 anos que resulte em um rendimento no valor do dobro da renda pretendida, de forma que a outra metade será “reinvestida” automaticamente e a aposentadoria nunca acabe. Ou seja, nessa fórmula, para se aposentar com R$ 2 mil é preciso ter um rendimento mensal de R$ 4 mil ao final dos 30 anos – a pessoa retira R$ 2 mil e mantém os outros R$ 2 mil no investimento.
Para que o plano dê certo, o especialista recomenda que o dinheiro não seja usado em hipótese alguma. “Tem que ter isso isolado”, diz.
Domingos sugere, ainda, que a pessoa pense quanto tempo está disposta a fazer o investimento e com qual renda quer se aposentar. “É preciso fazer um diagnóstico com a família, pensar quando que pretende parar de trabalhar, quais são os sonhos de médio e longo prazo e fazer orçamentos”, explica.
Para os exemplos, ele separou três tipos de investimento: poupança, Tesouro Direto e previdência privada. Todos têm prós e contras.
Poupança
No caso da poupança, o ponto positivo é a liquidez (você pode sacar o valor a qualquer momento sem prejuízos) e a isenção do Imposto de Renda. Contudo, o rendimento estimado é menor, e a proteção em caso de falência do banco é de R$ 250 mil, pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
O rendimento da poupança é de 0,5% mais a variação da Taxa Referencial (TR) sempre que a Selic, a taxa básica de juros da economia, está acima de 8,5% ao ano. Pelas novas regras, estabelecidas em 2012, a poupança passa a render 70% da taxa Selic mais a variação da TR quando os juros básicos recuarem para 8,5% ao ano, ou abaixo disso. As aplicações que já existiam antes da mudança, contudo, seguem com a variação antiga em qualquer cenário.
Tesouro Direto e previdência privada
No caso do Tesouro Direto, o especialista cita que o rendimento é maior (ele estimou um rendimento médio de 0,9% ao mês) e tem a garantia de pagamento integral pelo governo. No entanto, há incidência de Imposto de Renda e o processo de investimento é mais burocrático, necessitando o cadastro em uma corretora de valores, que às vezes cobram taxas. Os saques têm dias para serem feitos. Os títulos também têm datas de vencimento e se vendidos antes delas podem ter rendimentos menores do que o previsto ou até mesmo negativos.
Já a previdência privada também tem menor liquidez e existe a incidência de Imposto de Renda. É preciso pesquisar as opções em cada um dos bancos, orienta o especialista. De acordo com ele, a garantia do valor aplicado também varia de acordo com o tipo da carteira de investimentos e do banco escolhido.
Fonte: G1