O mês de março fechou com um aumento do número de endividados. Dados da Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), realizada pela CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo), mostram que a proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou na comparação mensal, passando de 17,5% para 17,9%.
Já o número de famílias que se declararam muito endividadas, que havia alcançado, em fevereiro, o menor patamar desde o início da série, em 2010, aumentou no mês passado, passando de 9,7% para 10,6%.
Veja algumas dicas listadas pelo GuiaBolso para você se livrar das dívidas e não deixar mais o orçamento cair no vermelho:
1- Liste e renegocie suas dívidas
O primeiro passo para quitar a dívida é saber o quanto deve e para quem; a partir daí, é hora de partir para a renegociação da dívida. Antes de mesmo de sentar-se à mesa para negociar valores com a empresa credora é importante ter em mãos não só o valor total da dívida, mas, também, os juros cobrados. Outro ponto importante é não aceitar uma proposta de negociação que, no futuro, você não poderá cumprir.
Caso tenha dinheiro guardado, veja a possibilidade de quitar a dívida à vista, com desconto. Se não for possível, analise se as parcelas, antes de tudo, cabem no seu bolso. Caso contrário, as chances de você se endividar novamente são grandes.
2- Comece pelas dívidas mais caras
Cartão de crédito, cheque especial e empréstimos em financeiras são algumas das dívidas mais caras do mercado. Caso você tenha alguma delas, comece por aí na hora da renegociação. Depois de renegociar estas, parta para as dívidas menores.
3- Organize suas contas
Para acabar com as dívidas e evitar mais, é importante saber a situação real das suas finanças: você gasta mais do que ganha? Em que áreas da sua vida você tem mais despesas? Onde é possível economizar?
Comece anotando todas as suas despesas e preencha, diariamente, uma planilha de gastos. Você deve colocar em um papel todos os seus gastos fixos. Contas que você paga todo mês, como luz, água, telefone, aluguel (se for o caso), passagens, plano de saúde, mensalidades.
Tudo que você não tem como deixar de pagar deve entrar na conta. E então você já subtrai esse valor do salário, pois ele simplesmente não existe: você jamais contará com esse dinheiro, pois ele já tem destino certo. E aí é o momento de, com o que sobrou, criar metas de gastos. Você precisa estipular um valor máximo para gastar com o dinheiro que restou de maneira racional e precisa. E então se controlar para não ultrapassá-lo.
4- Planeje suas despesas
Depois de organizar as despesas e receitas, é hora de ir além e começar a planejar seus gastos para quitar a dívida de vez. Veja o quanto você pode gastar em cada categoria da sua vida, como Moradia, Alimentação e Lazer, e separe um valor no seu orçamento mensal que deve ser destinado apenas para a quitação das dívidas como, por exemplo, 10% da sua renda. É importante ser controlado e não usar este valor para nenhuma outra área da vida.
5- Crie um fundo de emergência
Além de planejar parte da renda mensal para quitar a dívida, é importante investir também na criação de uma reserva financeira para você lançar mão em caso de emergências. O ideal é poupar, pelo menos, 15% da renda por mês.
Quem está endividado, no entanto, muitas vezes não consegue alcançar este valor. Então guarde pelo menos uma parte da sua renda com o objetivo de criar um fundo de emergência. Caso contrário, ao passar por um imprevisto, você pode não ter dinheiro suficiente para resolver a situação e acabar endividado novamente.
Um fundo de emergência garante momentos mais tranquilos para você e evita que você faça novas dívidas. Além disso, acaba substituindo o cheque especial numa emergência e então você não precisa pagar os juros dos bancos.
6- Tente sempre pagar à vista
Um dos problemas comuns de quem faz muitas dívidas é cair na tentação de parcelar suas compras. Isso cria a falsa ilusão de que na verdade você só está pagando, para obter o que deseja, o valor da parcela. Só que quando você faz disso um hábito, acaba postergando diversos pagamentos e errando a mão.
Além disso, quando você paga à vista, você se controla mais, pois o valor é mais alto e freia impulsos de aquisições desnecessárias.
7- Evite ter mais de um cartão de crédito
No levantamento da CNC, o cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 73,4% das famílias endividadas. Por isso, é preciso tomar cuidado. Ter mais de um cartão de crédito pode até ter suas vantagens: você participa de mais de um programa de recompensas, tem prazos diferentes de pagamento, é aceito em mais locais, entre outros. O problema é que isso só é verdade para quem tem as finanças muito bem controladas e em dia.
Quando você começa a pagar em duas frentes, é muito mais fácil se perder e gastar demais. Os juros das operadoras de cartão de crédito estão entre os maiores abusivos.
Fonte: MSN