Aos 74 anos de idade, dona Celcina Barbosa dos Santos, vai receber, no prazo de 60 dias, pensão rural por morte do marido, no valor de um salário mínimo. A idosa, que teve 17 filhos com ele não escondeu a satisfação de ter conseguido o benefício, nesta quinta-feira (4), durante a realização do Mutirão Acelerar Previdenciário, na comarca de Itaberaí. O acordo foi homologado pelo juiz Rodrigo de Melo Brustolin.
“Eu já sofri muito na vida. Perdi oito filhos e o meu marido há dez meses”, contou. Ela disse que se casou com 16 anos e que, atualmente, seu filho caçula tem 29 anos e o mais velho 54 anos. Apenas 9 dos 17 filhos de dona Celcina estão vivos. Um dos filhos ela perdeu no parto, outros dois suicidaram, um morreu de acidente, dois em decorrência de câncer, um foi assassinado por conta de briga em bar e uma filha simplesmente amanheceu morta.
Questionada sobre a quantidade de netos, ela ficou confusa. “Não faço nem ideia, só sei que são muitos”, afirmou. Porém, o filho que a acompanhou na audiência, Erivaldo Barbosa Santos, de 42 anos, falou que são 25 netos, 42 bisnetos e 10 tataranetos. “É muita gente, ela não conhece todo mundo. Tem uns cinco netos que foram morar em outro Estado”, disse.
Mesmo com a dor da perda dos filhos, Celcina não perdeu a esperança por dias melhores. “Ainda quero arrumar minha casa. O teto está pingando e quando chove a casa enche de água. Depois de arrumar isso, vou ajudar uma neta a estudar. Ela tem o sonho de ser jornalista”, relatou a idosa.
Celcina contou que, devido as dores na coluna, passou a usar um andador e, mesmo assim, não consegue ficar quieta. “Moro com dois filhos que são solteiros e eles brigam comigo porque eu quero cozinhar e lavar vasilha. Passei a vida toda trabalhando e agora não consigo ficar à toa. Agora aprendi a fazer tapete para ver o tempo passar”, frisou.
Fonte: TJGO