Alcançar objetivos como viajar, comprar um carro ou a casa própria exige planejamento. Quanto antes a pessoa começar a se organizar, menos dinheiro ela terá que comprometer de sua renda mensal e mais perto de atingir a meta ficará.
A Folha conversou com especialistas para ajudar a orientar sobre como concretizar cinco objetivos e, para cada um, definiu um valor e prazo a fim de elaborar simulação de quanto seria necessário poupar (veja quadro).
Para uma viagem, foi atribuído o valor de R$ 10 mil a serem guardados em 12 meses; para pós-graduação, R$ 30 mil em 24 meses. O prazo foi o mesmo do caso de compra de um carro – para o qual estimou-se guardar R$ 40 mil para uma compra à vista – e para preparar uma festa de casamento – cujo orçamento foi fixado em R$ 60 mil.
Por fim, para a compra de um imóvel, a opção foi juntar em cinco anos o dinheiro para entrada de R$ 80 mil.
Com tal planejamento, a pessoa conseguirá negociar descontos por ter o valor à vista, em vez de pagar juros em um financiamento.
É possível conciliar mais de um desses objetivos ao mesmo tempo, mas isso exige ainda mais disciplina para que tais metas não comprometam mais da metade da renda, afirma Michael Viriato, professor de finanças do Insper, instituto de ensino..
“A ideia é mudar o hábito de poupar apenas o que sobrar da equação receita menos despesas. É usar a equação receita menos o que você quer poupar, e depois adaptar gastos”, diz José Eduardo Balian, professor de finanças da Faculdade de Administração da Faap (Fundação Armando Alvares Penteado).
VIAGEM
Algumas metas demoram menos tempo que outras para serem alcançadas e exigem menos dinheiro investido. É o caso de uma viagem, orçada em R$ 10 mil. “O primeiro passo é dimensionar quanto, de fato, pode-se gastar com viagem. O planejamento deve incluir gastos em restaurantes e com passeios”, afirma o planejador financeiro Valdir Carlos da Silva Jr.
Após essa estimativa inicial, é preciso pensar em tempo. É um objetivo que deve ser planejado pelo menos de seis meses a um ano antes, dependendo da renda da pessoa, afirma Viriato, do Insper.
A viagem exige que a aplicação seja feita em um investimento líquido, ou seja, com facilidade para resgate, como poupança ou CDBs (Certificados de Depósitos Bancários).
“Mas o investidor deve ficar atento. CDBs que estejam rendendo menos do que 80% do DI não valem a pena. Mal corrigem o dinheiro pela inflação”, adverte Silva Jr.
Viriato, do Insper, afirma que pode valer a pena para quem vai viajar ao exterior aplicar em fundos cambiais, que acompanham a variação de moeda estrangeira, como o dólar. “Assim, o turista pode minimizar o impacto de uma flutuação cambial, com uma alta muito forte da moeda que inviabilize a viagem.”
Fonte: Folha Online