A maior parte da população trabalho somente por dinheiro. Isso porque vivemos, infelizmente, a mercê de um mundo capitalista onde sanar dívidas, comprar coisas e ter algum tipo de lazer requer condições financeiras para isso. Mas em contraponto tem aqueles que trabalham para ter prazer e por prazer.
Sentir-se bem consigo mesmo, condicionar e aprimorar seus talentos, conhecimentos e capacidade de evolução é uma das coisas que fazem as pessoas trocarem seus empregos por uma carreira. Como já disse anteriormente, trabalhar e empreender não são a mesma coisa. Mas algumas vezes podemos unir essas duas forças distintas.
A ideia tradicional de trabalho significa quase sempre muito esforço, eternos compromissos, frustrações, cansaço mental e algumas vezes, boas remunerações. Mas tudo isso vem com aquele sentido de “obrigação”. Você sente que tudo o que faz acaba virando rotina e faz mecanicamente sem vontade.
Já quando você decide ir a luta de seus sonhos e unir o trabalho com a inovação tudo tem um novo sentido. Muitos que estarão de fora te observando ficarão irritados e até podem dizer que você é o famoso “vagabundo”. Isso somente por você optou por uma carreira empreendedora, o que não te prender em horários viciados de segunda a sexta em algum cubículo qualquer, com milhares de outras pessoas fazendo todo os dias as mesmas coisas.
Lembro da palestra que eu fui no último dia 18, onde o jornalista Marcio Gonçalves falava sobre as novas mídias e a relação dela no ambiente de trabalho e alguém comentou que por mais que saibamos que o mundo está mudado, quando você passa em frente à praia durante uma semana normal de trabalho acaba rotulando aqueles que lá estão de meros vagabundos. Alguns podem até ser, mas muitos ali só não tem o mesmo trabalho que você.
Já parou para pensar que essas pessoas que muitas vezes estão nas praias no meio do que muito chamam de “semana produtiva” podem ter atividade profissionais que não necessitem de sua presença constante? Autônomos, profissionais liberais e outras mais não requer uma disponibilidade igual as pessoas “assalariadas” que vão sempre arrumadinhos para os escritórios de segunda a sexta.
Eu, por exemplo, no momento não estou em “emprego formal”, aqueles de carteira assinada, que nos obrigam a acordar cedo, pegar condução lotada e ir de segunda a sexta cumprir uma rotina de horário cansativos (porque ir e voltar de ônibus cansa mais do que o “trabalho” em si). Mas isso não quer dizer que eu não esteja exercendo minha profissão. Empreender é a mesma coisa que renovar conceitos, apostar em você mesmo.
Só porque não temos os mesmos empregos que nossos amigos e familiares, não quer dizer que não estejamos trabalhando. Na maioria das vezes estamos trabalhando e empreendendo ao mesmo tempo. Estamos buscando dentro de nós mesmo forças para inovar a cada dia nossos ideais e pensamentos profissionais.
Mas trabalhar em casa, por exemplo, tem suas desvantagens. A maior parte das pessoas acham que só porque você não segue a famosa rotina “trabalho-casa-trabalho”, simplesmente você tem tempo para fazer de sua vida um eternos parque de diversões dos momentos de lazer. Um atleta é um bom exemplo: ele não segue uma rotina trabalhista de horários como os demais trabalhadores, mas isso não quer dizer que ele esteja somente “praticando esportes”, pelo contrário, sua forma de vida profissional é fazer exercícios para aprimorar seus conhecimentos. Isso não quer dizer que ele seja um “vagabundo”.
Trabalhar é ocupar-se de algo. Todos nós trabalhamos até fora do ambiente profissional. Cuidar dos filhos, lavar o carro, consertar algo em casa, por exemplo, são formas de trabalho. Como minha avó sempre falava: trabalho tem aos montes por aí, mas o que pessoal quer é um “emprego”. Resumindo, eles querem ser remunerado pelo “trabalho” que fizeram.
Empreender já é algo completamente diferente, é usar sua criatividade para modificar ou melhorar seu trabalho. Os dois podem conviver juntos, ou completamente separados. Existem pessoas que trabalham e empreendem, e outras que não fazem nem uma, nem outra, e mas o empreendimento não vive sem o trabalho.
Essa diferença é constante na vida, porque empreender é fazer algo que você deseja acontecer. É tornar uma ideia solta na mente em palavras em um papel, por exemplo, e depois pegar essas palavras e continuar “trabalhando” em cima delas para que as mesmas se tornem ações. O trabalho pode muito bem conviver sem o empreendimento, mas o empreendimento não consegue viver sem o trabalho.
Empreendedor trabalha e muito. Na maioria dos caso até mais que aqueles que segue a rotina diária de “trabalho-casa-trabalho”. Empreender é estar disponível 24 horas por dia para seus pensamentos. Até quando está dormindo o empreendedor continua criando ideias e diferenciais. Não tem hora, local e nem forma igual de trabalhar, mas trabalham e muito.
Quando eles estão naqueles momentos em que tudo parece estar dando errado é justamente quando vem as ideias brilhantes. Empreender é uma jornada diária, é combater com você mesmo os opostos e ultrapassar seus próprios obstáculos. É seguir em um caminho, que muitas vezes, o resultado final vai demorar a chegar, mas que um dia chega. Por isso não pode ser um destino a ser traçado.
Empreender é renovar, se reinventar e acreditar no próprio potencial. É estar por dentro dos próprios desejos, ter força e coragem para colocá-los em ação. Trabalhando sempre, aprendendo sempre, descobrindo novos desafios, superando velhos e observando novos obstáculos, desenvolvendo ideias e ideais, e realizando projetos pessoais.
Se você consegue diferenciar essa forma de empregabilidade, aí sim, você pode ter certeza de que é um empreendedor e nem sabia. Cabeça para cima, estufe o peito e boa sorte nessa longa jornada de conhecimento, reconhecimento e renovação.
FONTE: Profissão Jornalista